“O maior
princípio
de beleza
é a saúde”
Adolf Hitler
de beleza
é a saúde”
Adolf Hitler
Arquitetura da Destruição (1992) (1), documentário de Peter Cohen, mostra a articulação entre o ideal estético nazista e a perseguição aos judeus. Vejamos alguns elementos desse ideal estético. A tomada do poder por Hitler incluía uma ampla “limpeza estética” das impurezas que supostamente degeneravam o espírito ariano. A meta do Nacional Socialismo era a verdadeira Pureza. Afirmavam conhecer a origem de uma grande ameaça a essa pureza que, quando erradicada, permitiria o surgimento de uma nova Alemanha.
Na música, Richard Wagner era o ídolo de Hitler, que admirava o que considerava a melhor mistura de um artista criativo e um político em um só homem. Hitler absorveu as propostas de Wagner: anti-semitismo, culto ao legado nórdico e o mito do sangue puro, arte para uma nova civilização. Um artista-príncipe nascido do povo, unindo a vida e a arte, anunciando o Estado Novo. Em certo momento, Hitler teria dito que aquele que não compreender Richard Wagner não compreenderá o Nazismo.


A arte tinha grande importância dentro do ideal nazista de pureza. A degeneração cultural era considerada uma ameaça. Identificavam um “bolchevismo cultural” que estaria sendo engendrado pelos judeus. Para os nazistas, a vanguarda artística era evidência de depravação cultural e intelectual. A oposição em relação a todas as manifestações da arte moderna era considerada uma “necessidade higiênica” desse Corpo do Povo. Em 1928, fundada a primeira organização cultural nazista, tendo o comandante da SS Heindrich Himmler como um de seus patronos, é deixada sob o comando de Rosemberg. Inicialmente a Sociedade Nacional Socialista da Cultura Alemã muda seu nome para Defesa da Cultura Alemã. (imagem acima, escultura de Arno Brecker)
O Partido defenderia o Corpo do Povo, afastando de seus olhos os artistas modernos cujas obras mostrariam sinais de doença mental. A partir de 1931, o professor Paul Schultze-Naumburg faz comparações entre obras de arte moderna e fotos de pessoas com problemas físicos e mentais. A idéia era ligar degeneração com perversão artística, uma vez que em sua opinião somente se poderia encontrar os modelos dessa arte nos manicômios - nos quais, completa o professor, “se reúne a degeneração de nossa espécie”. Para Schultze-Naumburg, arte é espelho de saúde mental. Como Hitler, o professor via saúde apenas nas obras da Antiguidade greco-romana e no Renascimento. O embelezamento do mundo é um dos princípios do nazismo. Segundo a ideologia nazista, a miscigenação degenerou a beleza original do mundo; por isso a defesa de uma volta aos antigos ideais. (imagem abaixo, à direita, cena de O Triunfo da Vontade, 1935, também dirigido por Leni Riefenstahl)

O médico torna-se
um elo importante entre saúde e beleza - um perito em estética. Não porque agora todo mundo vai fazer plástica, mas porque vai purificar a raça: é a idéia dos assassinatos
em massa
Nenhuma outra profissão
tinha tantos membros do Partido -
com 45% dos médicos alemães
em seus quadros
um elo importante entre saúde e beleza - um perito em estética. Não porque agora todo mundo vai fazer plástica, mas porque vai purificar a raça: é a idéia dos assassinatos
em massa

tinha tantos membros do Partido -
com 45% dos médicos alemães
em seus quadros
Nas palavras de Cohen: “O assassinato em massa foi a conseqüência final da ambição de Hitler em criar o novo homem. A maquiagem do culto nazista à beleza encontrou seu caminho na câmara de gás. A matança era uma missão biológica, um tributo sagrado ao sangue puro. As fábricas da morte faziam saneamento antropológico. Eram o instrumento de embelezamento”.
Notas
1. No Brasil, foi distribuído em vídeo por Cult Filmes, 1992. Em dvd por Versátil Home Vídeo, 2006.