“A ficção científica é um refúgio,
fuga para escapar do mundo dos
adultos e suas responsabilidades”
Alexandre Hougron
Science-Fiction et Société, p.264
Muitas vezes os filmes desse gênero são relegados ao fundo das prateleiras das locadoras. Ou são considerados filmes para criança, ou sem valor cinematográfico, ou ainda como uma coleção de efeitos especiais rudimentares demais para nós que vivemos na era dos efeitos especiais de computação. Entretanto, o fato de serem considerados filmes “para crianças” por si só deveria significar que deveríamos saber mais sobre esse “divertimento”. Os efeitos especiais rudimentares nos filmes mais antigos podem cansar os mais desatentos (alias, falta de atenção parece ser uma marca de nossa época), porém uma analise mais pormenorizada pode mostrar-nos uma verdadeira história da evolução dos efeitos especiais no cinema.
Entretanto, apesar de todas essas qualidades, aqui iremos nos concentrar apenas no elemento “divertimento”. Será que a ficção científica pode mesmo ser considerada apenas isso? Apesar de ter nascido antes da invenção do cinema, deixaremos a literatura de lado e vamos nos concentrar nele. Seguiremos a trilha de Alexandre Hougron. Em seu livro, Science-Fiction et Société (1), procurou mostrar quais as possíveis relações entre vaginas, monstros gosmentos e comportamento puritano. O que um “divertimento” poderia nos ensinar sobre nossa sexualidade?
Muito identificado com certa ética religiosa, o comportamento puritano vem interferindo e moldando nossa sexualidade há muitos séculos. Mesmo quando acreditamos que somos conscientes de nossa sexualidade não percebemos como nossos atos podem ter sido já previstos e induzidos por mecanismos puritanos. O ponto que talvez chame mais atenção na análise de Hougron é a constatação da incapacidade profunda na sociedade ocidental em incorporar o contraditório, o diferente, o Outro: a mulher. (imagem acima, A Mulher Vespa, direção Roger Corman, 1959; imagem ao lado, Tubarão, Jaws, direção Steven Spielberg, 1975; imagem abaixo, A Ilha do Dr. Moreau, Island Of Lost Souls, direção E.C. Kenton, 1933)
Entretanto, apesar de todas essas qualidades, aqui iremos nos concentrar apenas no elemento “divertimento”. Será que a ficção científica pode mesmo ser considerada apenas isso? Apesar de ter nascido antes da invenção do cinema, deixaremos a literatura de lado e vamos nos concentrar nele. Seguiremos a trilha de Alexandre Hougron. Em seu livro, Science-Fiction et Société (1), procurou mostrar quais as possíveis relações entre vaginas, monstros gosmentos e comportamento puritano. O que um “divertimento” poderia nos ensinar sobre nossa sexualidade?
Muito identificado com certa ética religiosa, o comportamento puritano vem interferindo e moldando nossa sexualidade há muitos séculos. Mesmo quando acreditamos que somos conscientes de nossa sexualidade não percebemos como nossos atos podem ter sido já previstos e induzidos por mecanismos puritanos. O ponto que talvez chame mais atenção na análise de Hougron é a constatação da incapacidade profunda na sociedade ocidental em incorporar o contraditório, o diferente, o Outro: a mulher. (imagem acima, A Mulher Vespa, direção Roger Corman, 1959; imagem ao lado, Tubarão, Jaws, direção Steven Spielberg, 1975; imagem abaixo, A Ilha do Dr. Moreau, Island Of Lost Souls, direção E.C. Kenton, 1933)
Pudera, desde o nascimento da filosofia, lá se vão 2.500 anos, o discurso hegemônico da Razão procura de todas as formas eliminar ou, pelo menos, neutralizar a pluralidade da vida. A intenção até que podia ser boa: explicar o mundo pelas semelhanças, e n ão pelas diferenças. A heterogeneidade do mundo e da vida deveria ter como fonte um elemento comum básico. A partir daí, tudo que significasse desvio era eliminado como exceção ou erro. Onde a ficção científica entra nisso? O que nossa sexualidade tem a ver com o contraditório? O que a vagina tem a ver com a ficção científica?
Sobre Animais Impuros e Homens Puros
“Essa simbólica da perda de
uma Idade de Ouro. Temática pagã,
e, mais especificamente, no judaísmo
e cristianismo, que a assimilaram.
Aquela do desaparecimento de uma ‘natureza’ humana edênica que é, na realidade, um estado de pureza e incorrupção (lembremos que Adão
era imortal antes da Queda)”
Science-Fiction et Société, p. 108
O puritanismo elimina o caráter iniciático que sugere que a pureza é fruto de uma busca espiritual. Portanto, a pureza seria uma recompensa. O puritanismo passa a considerar a pureza como fruto do simples fato de alguém se declarar crente. No caso anterior, também se acreditava que somos intrinsecamente puros, porém seria necessária uma busca dessa pureza. No caso do puritanismo, basta sabermos que somos puros. Esta postura está na base de uma visão de superioridade em relação aos que não professam aquela fé ou são ateus. Trata-se de uma construção religiosa que não admite a hipótese de um ser humano contraditório e m sua natureza. Nas religiões orientais e panteístas, não existe essa postura monolítica (integrista). No Ying sempre existe algo de Yang e vice-versa. A tolerância é mais efetiva. Essa tolerância não existe nos grandes monoteísmos (Cristianismo, Judaísmo e Islamismo). Desta forma, o homem definitivamente puro (2) torna-se um fantasma, perseguido mas nunca encontrado, por duas culturas agressivas e imperialistas (os ocidentais, e o mundo muçulmano). (as próximas três imagens abaixo, O Monstro da Lagoa Negra, Creature from the Black Lagoon, direção Jack Arnold, 1954)
Batem-se entre si buscando afirmar um homem que seja absolutamente santo. O motor dessa agressividade engendrada pelos puritanos. O puritanismo também se manifesta pelo puritanismo sexual, muito comum nos filmes de horror. Nesses filmes, só a virgem sobrevive! Assim sendo, o casal que morre esfaqueado porque se afastou para fazer sexo, reencontra sua própria animalidade na figura do monstro assassino. Dito de outro modo, se não somos puros, os monstros que nos atacam são duplos de nós mesmos. O autor considera o puritanismo americano como a forma mais neurótica de puritanismo. Ainda segundo o autor, aquilo que deixa o código puritano bem visível é justamente o que chama de histeria anti-sexual americana. Já na Ficção Científica o puritanismo é mais sutil (3).
Hoje em dia, o puritanismo se metamorfoseou, perdeu as referências religiosas. Entretanto, ele foi além e se naturalizou. O puritanismo não está mais numa substância reconhecível, está em nossa moral, em nossas mentes. O paradoxo é tão grande que um espectador que não se conforme aos códigos morais puritanos, irá assistir normalmente a um filme de horror ou ficção científica. Quer dizer, irá aderir aos discursos reacionários puritanos quase que inconscientemente. Segundo Hougron, todo o cinema ocidental, de ficção científica, e mesmo o de não-ficção, está impregnado por esses valores – onde a virgindade e a inocência serão recompensadas (4).
É a questão do prazer pelo proibido. Como o puritano é um frustrado, gera grande prazer aquilo que é interditado para ele. O frustrado se identifica com o monstro ou o psicopata. O puritanismo proíbe o sexo, mas o sugere e associa à violência e ao sadismo. Desta forma, o sexo é substituído (coitus interruptus) pelo espetáculo do sangue e da morte. Satisfação sexual e violência tornam-se equivalentes. O pênis é substituído pela faca ou revolver, o sangue escorrendo substitui o esperma. Portanto, serial killers mascarados como o personagem de Jason, é criação de uma sociedade produtora de frustração. Essa lógica seria típica do puritanismo sexual, que é um produto americano – por esta razão não tem apelo na Europa, na França em particular (5).
Os filmes de horror são falsamente subversivos. O fato é que são puritanos e conservadores do fantástico. As estruturas mitológicas mudam devagar: existem sempre um super-herói, uma heroína, e eles acabam juntos. Sociedade ocidental: liberada e progressista na superfície, no fundo muito ligada a sua identidade. É aqui que o espectador americano e europeu se equivalem, pois ambos irão achar normal que o herói seja sempre mais puro do que ele ou ela. No filme de horror, é fácil captar o processo puritano. Porém, é mais complicado percebê-lo no nascimento da ficção científica (6). Primeiramente, os monstros das paredes e tetos das igrejas medievais dão lugar às representações da ordem e da beleza na Renascença. – da oposição entre natureza e cultura passamos a um tempo em que tudo que remete aos animais é “diabolizado”.
A Renascença lança a nova ordem da Razão e da Ciência, afastando-se do animal, do imaginário e do fantástico monstruoso. O animal está presente no imaginário ocidental como figura maléfica e monstruosa. Essa latência é que explicaria a criação da ficção científica. É aí que irá se exprimir toda a ”monstruosidade” do indivíduo, seu inconsciente pulsional, cheio de fantasmas e fobias. A ficção científica é uma catarse que mostra uma interioridade soterrada por 20 séculos de cristianismo e depois pelo positivismo. A ficção científica traz de volta o universo simbólico medieval, articulando-o à dobradinha Ciência-Razão: o maravilhoso científico, ou, a ficção científica.
Eis que surgem o naturalista Charles Darwin e o escritor H.G. Wells. O primeiro reintroduz uma filiação entre homem e animal numa relação que a Igreja havia hierarquizado. Ela havia estabelecido que somente o homem fosse puro e originalmente santo, enquanto os animais seriam profanos. As mulheres seriam criações secundárias a partir do homem. H.G. Wells mantém a ligação entre animal e Mal em seus escritos, condena o puritanismo que denigre o animal e o monstro. Em sua opinião, temos uma parte monstruosa que nega todo o nosso suposto angelismo.
Ao invés de opor monstruosidade e pureza, a ficção científica traça um paralelo entre nós e eles. A psicanálise, seja de Freud ou de Jung, não fez outra coisa (7). Em seus romances, H.G. Wells questiona essa cultura da pureza. Toda a sua obra pode ser lida como uma grande reação ao puritanismo, assim como um questionamento da idéia de perfeição do europeu cristão do final do século XIX. Como em A Ilha do Dr. Moreau (Island of Lost Souls, 1932), onde se faziam experiências biológicas que misturavam homem e animal. O personagem principal volta da ilha e acredita enxergar o animal, a besta, sob o verniz civilizado dos homens da cidade grande. Coloca-se à nu uma contradição em relação à incondicionalidade da pureza do homem, assim como sua impossibilidade prática. Wells também mostra a coincidência entre um ressurgimento do mito da pureza e a construção das primeiras teorias racistas do final do século XIX (8).
Ao invés de opor monstruosidade e pureza, a ficção científica traça um paralelo entre nós e eles. A psicanálise, seja de Freud ou de Jung, não fez outra coisa (7). Em seus romances, H.G. Wells questiona essa cultura da pureza. Toda a sua obra pode ser lida como uma grande reação ao puritanismo, assim como um questionamento da idéia de perfeição do europeu cristão do final do século XIX. Como em A Ilha do Dr. Moreau (Island of Lost Souls, 1932), onde se faziam experiências biológicas que misturavam homem e animal. O personagem principal volta da ilha e acredita enxergar o animal, a besta, sob o verniz civilizado dos homens da cidade grande. Coloca-se à nu uma contradição em relação à incondicionalidade da pureza do homem, assim como sua impossibilidade prática. Wells também mostra a coincidência entre um ressurgimento do mito da pureza e a construção das primeiras teorias racistas do final do século XIX (8).
A ficção científica será, ao mesmo tempo, fruto do puritanismo e uma reação contra ele. Sempre a partir do impasse: ser um anjo, um super-homem, mas também um ditador, um censor, um tirano. A própria história ocidental seria uma sucessão de fanatismos em relação à pureza. Uma recusa do imaginário que acaba alcançando seu contrário, a ficção científica. Ela representa uma dominação da ligação entre animal e Mal (monstro) ao mostrá-la. A representação do monstro equivale a sua expulsão e a uma espécie de petrificação que o neutraliza fora de nós. A partir do racionalismo cientificista do século XIX, a noção de progresso substitui a idéia cristã de saúde. Entretanto, em ambos os casos, a vontade de “ordem” (divina ou cientifica) subsiste. A ciência afasta do campo de visão da sociedade tanto as aberrações genéticas quanto os deficientes mentais. Numa sociedade do super-rendimento físico e do narcisismo, essa “desordem”, essa monstruosidade deve ser evacuada de nosso universo.
Mas o monstro triunfa na ficção científica (9). A ficção científica denuncia e critica a sociedade da técnica por tentar banir o imaginário, opondo-o a ordem. Este erro a Igreja também já havia cometido. Por outro lado, devemos admitir que a ficção científica como um todo não esta a serviço do imaginário. Existe também uma ficção cientifica reacionária (10). Na opinião de Hougron, a boa ficção científica, nos trás de volta nossa esfera íntima ilimitada: o sonho. (imagem acima, Guerra dos Mundos, War of the Worlds, direção Byron Haskin, 1952; imagens abaixo, O Médico e o Monstro, Dr. Jekill & Mr. Hyde, direção John S. Robertson, 1920; Guerra nas Estrelas, Star Wars, direção George Lucas, 1977)
É no sonho que nosso imaginário pode ser reencontrado. O autor cita o sucesso que os dinossauros fazem atualmente entre as crianças. Não se trata de “animais simpáticos” ou da “imagem dos pais”, o que seduz nos dinossauros é o fato de serem monstros. Assim como os contos de fadas que devem ser ao mesmo tempo horríveis e sedutores para melhor dominar o inconsciente e suas pulsões, a ficção científica seria como uma terapia. Daí a importância dos monstros, seres que encarnam nossa animalidade. Mas não devemos esquecer de rejeitar uma ficção científica ruim, que apenas reproduz estereótipos e preconceitos. Sob formas degradadas, que privilegiam a violência e agressividade, a ficção científica tem tudo para constituir um novo “ópio do povo”. A ficção científica pode nos levar a refletir sobre nosso destino social, servindo também como utensílio de contestação. Uma estratégia de fuga reestruturante em relação à coletividade.
Mas o monstro triunfa na ficção científica (9). A ficção científica denuncia e critica a sociedade da técnica por tentar banir o imaginário, opondo-o a ordem. Este erro a Igreja também já havia cometido. Por outro lado, devemos admitir que a ficção científica como um todo não esta a serviço do imaginário. Existe também uma ficção cientifica reacionária (10). Na opinião de Hougron, a boa ficção científica, nos trás de volta nossa esfera íntima ilimitada: o sonho. (imagem acima, Guerra dos Mundos, War of the Worlds, direção Byron Haskin, 1952; imagens abaixo, O Médico e o Monstro, Dr. Jekill & Mr. Hyde, direção John S. Robertson, 1920; Guerra nas Estrelas, Star Wars, direção George Lucas, 1977)
É no sonho que nosso imaginário pode ser reencontrado. O autor cita o sucesso que os dinossauros fazem atualmente entre as crianças. Não se trata de “animais simpáticos” ou da “imagem dos pais”, o que seduz nos dinossauros é o fato de serem monstros. Assim como os contos de fadas que devem ser ao mesmo tempo horríveis e sedutores para melhor dominar o inconsciente e suas pulsões, a ficção científica seria como uma terapia. Daí a importância dos monstros, seres que encarnam nossa animalidade. Mas não devemos esquecer de rejeitar uma ficção científica ruim, que apenas reproduz estereótipos e preconceitos. Sob formas degradadas, que privilegiam a violência e agressividade, a ficção científica tem tudo para constituir um novo “ópio do povo”. A ficção científica pode nos levar a refletir sobre nosso destino social, servindo também como utensílio de contestação. Uma estratégia de fuga reestruturante em relação à coletividade.
Exagerando um pouco, Hougron chega a afirmar que, pelo fato de não haver ficção científica em países com regimes totalitários, ela é naturalmente libertária (11). Ele só não deixa claro se os Estados Unidos, maior produtor de ficção científica, é ou não um regime totalitário – ou se os filmes do gênero lá produzidos (ou pelo menos parte deles) são ou não ficção científica reacionária. Lembro-me neste ponto de dois filmes do cineasta russo Andrei Tarkovski, Solaris (1972) e Stalker (1979). Tarkovski fazia seus filmes em plena vigência do regime comunista soviético. Não é que ele não tivesse lá seus problemas para filmar, mas não me parece que os empecilhos que enfrentava tivessem relação com o fato desses filmes serem de ficção científica – seus problemas eram a burocracia e a censura, o que atingia todos os seus filmes, e não apenas aqueles cujo gênero é a ficção científica. De qualquer forma, os filmes foram realizados. Hougron nem mesmo cita Tarkovski em seu livro e, embora critique boa parte da produção americana de ficção científica, não chega a ser explícito na articulação entre a produção de ficção científica reacionária e o país onde foi produzida quando esse país é os Estados Unidos.
A maior parte dos primeiros romances de ficção científica trata da animalidade no homem. O que tem relação com a rejeição dessa animalidade pelo cristianismo e a hipócrita dissimulação disse fato. A ficção científica é marcada tanto pelo mito da pureza no ocidente quanto pelo antídoto para essa situação. Hougron admite que muito da ficção científica dos bons autores também está impregnada de uma representação puritana da animalidade. Os marcianos de Wells, de A Guerra dos Mundos (War of The Worlds, 1953), e o Mr. Hyde, de O Médico e o Monstro (Dr. Jeckyll and Mr. Hyde, primeira de várias versões para cinema, 1920), de Stevenson, apresentam esses nossos duplos de uma forma tranqüilizadora: afirmam que não somos assim!
Segundo Hougron, Guerra nas Estrelas (George Lucas, 1977), e todas as seqüências, são o melhor exemplo do puritanismo na ficção científica(imagem ao lado). Tragédia shakespeariano-edipiana, gira em torno da relação entre o filho (justo) e o pai (corrupto). A questão é saber se a “morte do pai” (elemento psicanalítico) pode às vezes ser legítima. George Lucas, o idealizador da série e diretor dos filmes, decidiu que Luke deve salvar o pai (o vilão Darth Vader) para salvar a si mesmo. A trilogia fala da passagem para a maturidade: ao invés de ceder a suas pulsões e matar o pai, mata-se simbolicamente a parte ruim do pai, fazendo surgir o pai bom. A morte do Mal se dá pelo amor do filho ao pai. George Lucas rompe com mitologias onde o pai deve matar o filho para evitar que este o mate e o retire do trono no futuro.
O que salta aos olhos é a quase ausência de mulheres na trama. Portanto ausência de sexualidade. Vemos aí aparecer o puritanismo dessa estória pré-púbere. A princesa, quando vira mulher, é para sabermos que na verdade é a irmã de Luke – portanto, qualquer coisa aqui seria incesto. Hans Solo, piloto da nave espacial que leva todos pela galáxia, a sexualidade masculina adulta, não consegue nada com a princesa. Trata-se de uma temática familial, entretanto sem uma mãe para criar um conflito edipiano. Esse conflito é apenas sugerido pelo antagonismo Luke x Darth Vader. Parece que George Lukas tem grande interesse pela questão da passagem à idade adulta. Na verdade, um interesse por não se tornar adulto – aliás, uma qualidade de todo grande autor de ficção científica (12).
Leia Também:
Puritanismo e Ficção Científica (II)
Notas:
1. HOUGRON, Alexandre. Science-Fiction et Société. Paris: PUF. 2000.
2. P. 100.
3. P. 101.
4. P. 102.
5. P. 103.
6. Pp. 102 e 105.
7. P. 111.
8. P.112.
9. P.115.
10. P.117.
11. P.119.
12. P.124.