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Roberto Acioli de Oliveira

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26 de jan. de 2008

Sociedade Pedófila


Seria difícil acreditar que uma cultura como a ocidental não teria problemas com a questão das práticas sexuais. Sim, posto que exista uma dificuldade extrema em se discutir sobre sexualidade entre nós. Evidentemente a televisão, o cinema e a internet, nos oferecem cada vez mais sexo explícito. Porém, e este é o ponto, muito sexo (seja ele visto na tela ou praticado) não significa necessariamente maior compreensão em relação à própria sexualidade, e muito menos em relação à sexualidade como elemento de cultura.

Portanto, simplesmente censurar a programação da televisão, da internet ou do cinema, não surtiria efeito neste caso em particular - naturalmente, limites são bem vindos. Não estou sugerindo que a pornografia generalizada em torno da qual vivemos seja natural e sem maiores problemas. Insisto apenas em que reprimir simplesmente poderia redundar em aumento da incidência daquilo que se deseja evitar. Devemos reprimir a pedofilia, mas devemos também aprofundar a discussão a respeito da sexualidade humana. Uma sociedade que não discute o que é a sexualidade, não saberia definir as práticas que elegeu como lícitas, ilícitas, normais, anormais. O que é a sexualidade?

Em antropologia, é famosa a discussão do francês Claude Lévi-Strauss. Em seu livro, As Formas Elementares do Parentesco (1949), mostra como a proibição do incesto é uma chave para entender a formação da cultura humana. Ou seja, um pai não pode manter relações com sua filha, o mesmo serve para a mãe em relação ao filho. Desta forma, na busca de parceiros, as pessoas são forçadas a estabelecer relações com outros grupos familiares. Cresce a partir daí uma rede de alianças e de interdições dos corpos daqueles que se tornam parentes. Porém não é tão simples assim, lembremos do exemplo dos antigos esquimós, que ofereciam suas esposas aos forasteiros como cumprimento de boas vindas. E não seria de bom tom que o forasteiro recusasse; seria de fato um insulto! Outro ponto é que a definição de “família” difere muito entre as sociedades humanas.

Entre nós, temos mãe-pai-filhos. Entretanto, noutras sociedades os papeis podem ser mais complicados, se analisarmos sob nosso ponto de vista. O pai, a mãe, os filhos, os tios, as tias e avós, podem não manter o mesmo tipo de vínculo afetivo e/ou separação sexual que existe entre nós. Nem por isso devemos concluir que eles são pervertidos. Como entre nós, trata-se apenas de outra forma de organização social baseada nas relações sexuais. O ponto comum entre todas elas é a proibição do incesto. Esta proibição é uma regra (portanto denota caráter normativo que indica a existência de uma cultura humana) que possui um caráter universal (da ordem da natureza, pré-social). Conclui Lévi-Strauss que a proibição do incesto é uma regra tanto social quanto pré-social.

Que tipo de orientação sexual (direta ou indireta) os pedófilos receberam de suas famílias? Alguém perguntou? O fato de o Brasil fazer parte da chamada “cultura ocidental” permite concluir que nossa compreensão do papel da sexualidade é idêntica? As sociedades tribais são reconhecidas como “sociedades simples” porque tendem a obedecer apenas a um código de conduta. A Cultura Ocidental engloba muitas sociedades (e muitos códigos), por essa razão é chamada de “sociedade complexa”. Isto significa que aqui existe uma pluralidade de códigos de conduta, além dos hibridismos entre vários códigos. A pergunta então poderia ser: como opera o código que rege a sexualidade entre nós? Existe apenas um código? Qual? Quem decide?

Eis, portanto, a questão principal: a sexualidade é um tabu entre nós. Bancas de jornal abarrotadas de mulheres peladas, milhares de sites pornográficos na internet, sexo praticamente explícito nas novelas da televisão, programas de auditório também na televisão que se especializaram em mostrar aleatoriamente corpos seminus de homens e mulheres - que se submetem a este expediente porque é a condição para divulgarem seus produtos artísticos. É tanto corpo, é tanto erotismo, é tanto sexo explícito que um extraterrestre que aqui chegasse deduziria que esta é uma sociedade onde corpo e sexualidade não seriam problemas. O que é erotismo? O que é pornografia? Qual é sua função social? Quantos pais conseguem substituir essa indústria por diálogo e informação?

Não se discute que muitas crianças pelo Brasil afora sofram abuso sexual sistematicamente. Não se questiona o fato de que é degradante a prática corrente nas estradas brasileiras de venda de meninas de menos de quinze anos para satisfazer favores sexuais de caminhoneiros. Repito que não discordo que essa situação é calamitosa e merece atenção por parte tanto das autoridades quando da sociedade. O que questiono é a incapacidade da sociedade brasileira perceber que reprimir atos considerados bestiais não é o suficiente. O que questiono é a incapacidade da sociedade brasileira perceber que o problema é mais profundo. Portanto, reprimir os desvios e abusos sem discutir porque eles ocorrem é apenas empurrar com a barriga a responsabilidade em relação ao problema. É como acreditar que basta reprimir o tráfico para acabar com o problema das drogas.

Agindo desta forma em relação à pedofilia, a sociedade brasileira se transforma ela própria em pedófila. A esposa que descobre que seu marido abusou de sua filha, e expulsa a filha de casa, demonstra uma incapacidade patológica em lidar com sua sexualidade e seu corpo. A esposa que, no mesmo exemplo, expulsa o marido, é capaz de salvar sua filha. Mas talvez isso não seja suficiente, essa esposa teria também de perguntar a si mesma se sua própria maneira de lidar com sua sexualidade não teria sido um catalisador dessa situação. Claro que eu não esqueci do marido. Vivemos numa sociedade que, além de reprimida sexualmente, é machista. Entretanto, e aqui vai mais uma pergunta, não seria simples demais para um homem esconder sua ignorância (a respeito de como lidar com o sexo feminino) aplicando a força física e agindo como dono do corpo da mulher? Ou melhor, quando se vai discutir o estereótipo do machão como uma máscara que esconde um ignorante sexual? O que é o machismo?

O que é o homossexualismo? Naturalmente, o impulso homossexual também está presente nesse universo da pedofilia. O machismo no Brasil é tão intenso que a pedofilia heterossexual tem muito menos impacto nas manchetes do que quanto se trata de homossexualismo. Um marido tem uma esposa, mas estupra seu filho pequeno habitualmente. Será que basta expulsá-lo de casa? Expulsar quem, o menino ou o pai? Quem decide? Uma mãe que pode ser reprimida sexualmente? E os outros filhos que existem por aí como vítimas potenciais? Será que a falta de discussão na mídia sobre a sexualidade não está assinando uma sentença contra essas crianças? Não esqueçamos, não é só o pai que vai abusar dos filhos e filhas, a mãe também. Mas e aquele pedófilo que abusa de bebês? Como pode alguém sentir atração sexual por um bebê? Afinal, o que é sexualidade? Quais são seus mecanismos?

O que falta não é apenas coibir a pedofilia, mas compreender melhor os mecanismos da sexualidade humana. E também falta dar tanta publicidade a esta discussão quanto se dá à pornografia. Brasileiros e brasileiras tem essa qualidade hipócrita de utilizar pornografia generalizada, erotismo e machismo, como álibis para esconder a ignorância sobre seu próprio corpo. O Brasil finalmente está chegando à conclusão de que o problema da violência urbana e do tráfico de drogas não se resolve apenas com repressão. Falta investir na própria sociedade. Por quanto tempo, e por mais quantos milhares de vítimas vamos ter que esperar para concluir o mesmo quanto à pedofilia. Tanto quanto para a violência urbana ou para as drogas, o remédio para a pedofilia é a informação.

***

A proibição do incesto estabelece tanto o ponto a partir do qual a identidade da criança se forma quanto o ato pedófilo. Segundo Patrice Dunaigre, psiquiatra especializado no estudo da pedofilia, a transgressão do incesto está por trás desse fenômeno (1). Como a proibição do incesto foi estabelecida como regra e condição de possibilidade da cultura, o ato pedófilo, que sempre existiu, permaneceu marginal em sociedades como a ocidental. A proibição do incesto estabelece e reforça os laços de parentesco. Desta forma, o prazer sexual deveria ser codificado, para não colocar esse parentesco em risco. Entretanto, além da pedofilia continuar a existir como ato fora da lei e anti-social, acaba presente em rituais - que muitas culturas utilizam justamente para reafirmar a necessidade de excluir tal ato.

Em culturas como a ocidental, pode-se dizer que a mídia trata de manter vivo este comportamento quando, ao noticiar tais eventos, mais desinforma do que informa a respeito desse ato. Tratando a questão como um caso de polícia, invariavelmente caracteriza-se o pedófilo como uma espécie de animal. Silenciando tanto o agressor quanto a vítima, os estereótipos com os quais a mídia trabalha incitam uma histeria em torno do assunto que acaba por impedir um tratamento conseqüente do problema.

Na verdade, aparentemente, a própria sociedade parece preferir que as coisas caminhem nessa direção, já que a espetacularização de um comportamento sexual desviante evita que a questão da sexualidade humana entre na pauta. As pessoas querem enforcar o pedófilo em praça pública, querem se passar por paladinos protetores das crianças indefesas, mas odiariam ter que discutir a própria sexualidade.

A pedofilia é, em princípio, praticada por homens (2). Entretanto, se o elemento chave é a proibição do incesto, nada impede que uma mulher se sinta induzida a assumir comportamento pedófilo. Outro detalhe pouco divulgado é que a vítima precisa ter menos de 13 anos (3) para que seja tipificado como ato pedófilo. Como o incesto é o arquétipo do ato, e ocorre por definição dentro da família, isso determina que a pedofilia também aí surja e se propague.

“O incesto se enquadra no escopo do ato pedófilo, do qual, em última análise é o arquétipo. No entanto, sua execução se recobre de características especiais. O pai incestuoso não sente qualquer atração por crianças em geral, exceto por sua própria criança. O incesto ocorre somente dentro das relações familiares, nunca fora. Os critérios de escolha são restritos às suas próprias crianças, às da esposa ou da companheira. A experiência da vítima é de natureza diferente. É importante notar que tanto meninas como meninos são alvos. E que o adulto transgressor pode ser pai, padrasto, irmão ou tio. Além disso, somente nesse contexto se observam práticas incestuosas da parte de adultos mulheres”. (4)

O pedófilo é uma pessoa que rompeu o elo entre a sexualidade e a legalidade. Este elo determina a dimensão simbólica das relações sexuais. Portanto, a sociedade precisa deter esta pessoa que, “impondo uma sexualidade ilegal, (...) mina totalmente a dimensão simbólica da sexualidade” (5). É neste sentido que a pedofilia é um ato criminoso, pois ameaça um princípio civilizatório fundamental para a sociedade. Resumindo, enquanto efeito colateral da proibição do incesto, a pedofilia constitui uma transgressão que coloca em xeque as regras da sociedade em relação à sexualidade. Por esse motivo, a pedofilia não deve ser reduzida à dimensão do ato em si. Trata-se de um fenômeno mais amplo, que está inserido no limbo em que a sociedade prefere colocar as discussões a respeito da sexualidade.

O problema não está no fato da mídia falar sobre a pedofilia. Ela deve abordar a questão, apenas deveria fazê-lo de maneira mais conseqüente, evitando os estereótipos que mais desinformam do que esclarecem. De fato, ao optarem por utilizar uma linguagem superficial e ligeira, os meios de comunicação de massa tendem a criar uma cortina de fumaça em torno justamente do assunto que desejam dar publicidade – será que desejam mesmo? Agindo desta forma, a mídia desqualifica e infantiliza o público. Neste sentido, a mídia pode acabar como propagadora da pedofilia que pretende ajudar a coibir.

Por exemplo, quando em busca de audiência o jornal enfatiza de alguma forma o caráter bestial desse comportamento sexual, reproduz clichês e estereótipos que, ao mesmo tempo que demonizam o pedófilo, mantém a sociedade ignorante sobre aquilo que realmente importa saber: os mecanismos que desencadeiam tal comportamento. Desta forma, por mais estardalhaço que faça, a mídia acaba silenciando sobre o assunto, o que aprofunda o silêncio imposto pelo próprio pedófilo a suas vítimas. Some-se a isso o fato de que a sociedade não parece sentir-se confortável em discutir temas tabus como o prazer sexual em suas múltiplas formas, manifestações e interdições. Chega-se então ao paradoxo de uma sociedade da informação, mergulhada em pornografia, mas que ao mesmo tempo opta por ignorar as questões que a sexualidade apresenta. Nos termos de Dunaigre...

“No tocante ao pedófilo, não se deve excluir a dimensão penal, mas é essencial que ele não seja reduzido ao ato em si. É preciso se dar a devida atenção aos diferentes aspectos de sua sintomatologia. Esta não pode se restringir ao quadro apresentado pela mídia, que acaba estendendo o silêncio a outros aspectos e termina por contribuir, no contexto social, para o mutismo que circunda a pedofilia. Basta lembrar o silêncio que, até muito recentemente, encobria o assunto. Resta ainda muito a ser feito para entender quem foi tão eficaz em impor tal silêncio”. (6)

Notas:

1. DUNAIGRE, Patrice. O Ato Pedófilo na História da Sexualidade Humana In Inocência em Perigo. Abuso Sexual de Crianças, Pornografia Infantil e Pedofilia na Internet. Tradução Cibele de Souza e Silva e Cláudia Bernadete Kein. Rio de Janeiro: Garamond, 1999. P. 12.
2. Idem, p. 15.
3. Ibidem.
4. Ibidem, p. 17.
5. Ibidem, p. 20.
6. Ibidem, p. 23.


24 de jan. de 2008

A TV que Merecemos: A Grande Batalha dos Misantropos


“Uma escola que não ensina como assistir
à televisão é uma escola que não educa”

Joan Ferres


Belíssima, novela da Rede Globo (2005), colocou na Grécia um pequeno núcleo familiar de brasileiros. Apresentou o personagem de um rapaz que ficava em casa lendo, sem namorada e sem vida social. O namorado da irmã dele (ex-menina de rua no Brasil) comenta sobre esse comportamento com outro homem, uma espécie de “Zorba o grego” (personagem de Tony Ramos), insinuando a possibilidade de homossexualismo. Em tempo, o tal namorado odeia injustiças.

Uma das questões a se discutir é uma aparente necessidade de achar que ninguém é sexualmente inativo. É como se a solidão (ou a privacidade) não pudesse ser colocada no mapa. É preferível assumir um estigma sexual a admitir que a solidão fosse uma opção. Ou uma opção saudável, ou por falta de capacidade do indivíduo, ou por incapacidade da sociedade em socializar seus membros.

É como se fosse parte de uma tendência negar que a solidão, ou o ensimesmamento, seja uma opção - sequer uma opção negativa ou patológica. Não se cogitaria que o rapaz ou qualquer um tenha optado pela solidão porque a sociedade é uma merda? Sempre a culpa é do indivíduo, ele é que é um merda, e por isso é estigmatizado como homossexual, viciado, ladrão, ou outra coisa estranha qualquer.

Não vejo essas novelas colocando na mesa o personagem do outsider – preferem justamente classificá-lo dentro de um desvio sexual. Aliás, a definição de outsider no dicionário Aurélio diz muito sobre o “problema” evidenciado pelo isolamento físico: no turfe, é o cavalo que tem o mínimo de possibilidades de vencer. Aliás, o personagem de Lima Duarte, um jogador inveterado, sempre joga no cavalo perdedor.

Este isolamento define o comportamento daqueles que vão além da limitada capacidade perceptiva do cidadão comum. Eles percebem as armadilhas do sistema (social...) onde a maioria só percebe benefícios. O problema do outsider é que esta capacidade não levaria a uma felicidade maior, já que tudo que percebe entra em choque com as crenças dos outros (bem arraigadas nos modelos que a sociedade lhes incutiu). Como a palavra diz, o outsider está fora do mundo. Geralmente ele próprio percebe isso e não faz esforços para estabelecer contatos com os outros, os “normais”.

Ele percebe que as satisfações cotidianas do “normal” implicam em fazer concessões éticas que não suportaria. Embora, para alguns deles, tornar-se este “ser normal” se mantenha como uma espécie de utopia íntima, uma espécie de “útero bovino” para os bovinos, onde a auto-aceitação caminha paralelamente ao abandono e esquecimento de si mesmo.

Temos aí também o preconceito em relação ao ato da leitura. Ou seja, se você fica em casa lendo, deve ser homossexual, ou deve estar se escondendo. O que você está fazendo escondido? está se drogando ou tendo encontros sexuais reprovados pela sociedade? É como se o isolamento fosse o impensável. Se alguém se esconde, ou não têm vida social, deve ser porque está fazendo alguma coisa sexualmente reprovável. Por que a solidão do rapaz não foi interpretada como ágorafobia? No futebol só tem homem pra lá e pra cá. Suados, fortes, se esmurrando, se beijando, se abraçando, se tocando… Um monte de homens se junta para ver outro monte de homens. Por que gostar de futebol não é considerado tendência homossexual?

A questão não é defender o isolamento físico, mas o direito a momentos de privacidade, de descanso físico e mental. Estigma em relação à privacidade, à auto-reflexão, e também um preconceito contra o próprio ato de ler. Bolas! Por que ficar em casa lendo é esquisito? O que esse personagem da novela era realmente? O que ele é talvez importe menos do que fazer com que copie os comportamentos indicados pelos esteriótipos. Ser considerado “normal” permite que ele seja visível; mas tornar-se imagem garantirá apenas que ele seja mais controlável – não por si mesmo, mas pelo sistema. A solidão talvez seja um imponderável muito grande para a Sociedade de Controle em que vivemos.

Do ponto de vista da Sociedade de Controle, você deve ser levado a desempenhar tarefas que permitam uma vigilância do seu comportamento. Você tem de ser visível em todas as suas atividades. Se ficarmos sozinhos, fechados, solitários, ensimesmados tanto física quanto psicologicamente, a sociedade não consegue estabelecer nossa identidade - portanto não consegue jogar as redes de controle sobre nossa auto-identidade. Daí talvez a necessidade de estipular, mesmo que seja um comportamento considerado patológico, para alguém que esteja se isolando – como quando não sabemos o que esperar de alguém e tomamos uma atitude aleatória só para poder mapear as possibilidades a partir da reação.

Como no caso desse rapaz da novela. Mesmo que o personagem não seja homossexual, a opinião dos outros dois homens já serve como mensagem para os telespectadores: ensimesmamento ou solidão leva ao estigma – eventualmente sexual. Somos empurrados de volta, não ao convívio social, mas a um convívio que permita que sejamos vigiados pela Sociedade de Controle. Não importa nem um pouco se reafirmamos uma masculinidade ou se a partir dessa pressão se assume uma homossexualidade.

O controle do sistema não quer nosso bem, ele só quer saber onde nós vamos ficar. Ele não vai mexer conosco, contanto que não fiquemos no ponto cego onde o sistema não consegue definir quem somos. A vida não é para Viver, é só para você procurar e seguir os esteriótipos e clichês da vez, da hora e da moda, e ser feliz, aí sim, ser feliz!

Torna-se fácil denegrir a solidão nesta sociedade porque entre nós ela já carrega um sinal negativo. Na sociedade contemporânea, onde tudo é cada vez mais exterior e superficial, quando alguém opta por não sair e ler um livro, é como se optasse por não fazer nada! Ficar só, meditando, ou lendo, é sinônimo de perda de tempo ou tempo livre.

Talvez tenhamos aí uma distorção de conceitos como Ação e Pragmatismo. Como se agir fosse não refletir ou pensar, ou como se comportamento pragmático fosse não refletir sobre os desdobramentos das atitudes que se pretende tomar. Deixamos para trás o fato de que adotamos uma postura pragmática em função de certas circunstâncias. Não se devem aplicar, sob pena de diminuição da eficácia, conceitos genéricos e sempre iguais de Pragmatismo ou Ação em qualquer circunstância.

Afinal, voltando à novela, o rapaz foi mandado ao bordel. Lá havia uma prostituta brasileira. Na hora H ele ficou com medo e saiu correndo. Em princípio, a novela sugeriu que era apenas um garoto virgem. Pelo menos a novela deu atenção ao fato de que essa brasileira, e muitas outras, são exemplos do tráfico de escravas brancas – um dos desdobramentos do turismo sexual no Brasil, um de nossos produtos de exportação. Ainda assim, a personagem não foi caracterizada como uma prostituta, mas alguém de coração puro que foi enganada por uma falsa oferta de emprego. Não esqueçamos, é claro que a coisa tem de ser esticada se está dando audiência, ibope.

Momento de ironia: Afinal de contas, os canais de televisão no Brasil não parecem ser uma concessão pública, mas propriedade privada que tem que faturar, tem que dar lucro. Os critérios de informação seriam outros se fosse uma concessão pública de fato.

Quanto tempo para levantar a hipótese de que não é porque o rapaz lê que ele seria homossexual? Se ficar como está, agora que ele arrumou uma mulher, vai parar de ler e se tornar uma pessoa “normal”? Se a Rede Globo for por este caminho a coisa vai ficar ruim – ou, na verdade, continuar ruim. Por quê? Vivemos num país que não lê, mas que de vez enquando são veiculadas na televisão campanhas de incentivo à leitura entre crianças. Aí o garoto assiste novela, fica em casa e não namora. Quando os parentes acharam que estava se tornando homossexual, o mandaram para um bordel. No final, o cara arrumou uma mulher e ficou normal!

Em tempo, o tal namorado da ex-menina de rua e que “salvou” o irmão dela da homossexualidade tinha uma avó, empresária de moda, rica, preconceituosa e com delírio de dominação. É o personagem de Fernanda Montenegro, que, por sua vez hostiliza o irmão, o qual ficava administrando a casa e vendo filmes de cinema o dia todo. Ela critica o irmão, diz que ele é um doente e que se não largar esse negócio de filmes vai acabar num asilo de loucos. Esse irmão, ao contrário do rapaz que está na Grécia, tem uns trejeitos verbais que poderiam ser caracterizados como uma insinuação de homossexualidade.

Infelizmente, até ao final da novela o cinéfilo (se não foi expulso, ou morto, ou internado pela irmã) não citou aquele filme, o Fahrenheit 451. Dirigido por François Truffaut (um cineasta francês que não interessa a quase ninguém, porque a maioria bovina acredita que é só nos Estados Unidos que se faz cinema) e lançado em 1966, o filme apresenta uma sociedade controlada, onde os livros eram proscritos. Num futuro próximo, os bombeiros locais têm por função queimar todo tipo de material impresso, pois foi convencionado que literatura é um propagador da infelicidade. Tudo vai “bem” até que alguém parou para… refletir! Quando vê uma mulher preferir ser queimada com sua vasta biblioteca ao invés de permanecer viva sem ela (atitude que não faz nenhum sentido para a maioria dos brasileiros), um dos bombeiros começa a questionar os motivos de sua tarefa. O título do filme é uma referência à temperatura em que os livros são queimados (o que equivale a 233 graus Celsius – informação para os incendiários de plantão).

Seria engraçado se não fosse trágico, mas, nesta sociedade em que estamos “vivendo”, se você tem o hábito da leitura pode ser considerado homossexual (sendo que estes são considerados doentes e degenerados). Se assistir filmes (que estejam fora do padrão do filme de entretenimento nazista-holliwoodiano) você é um alienado – e um homossexual. Entretanto, se vocês têm delírios de poder, se pretendem dominar o mundo (ou o tráfico de drogas do seu morro ou do seu bairro), se destruírem a vida das pessoas, pisarem nos sentimentos delas, se fizerem tudo pelo dinheiro... Então tudo bem, vocês serão considerados normais. Se vocês fizerem tudo isso, sendo homossexuais ou não, vão achar que vocês são o máximo!

Café(tão) Brasil: Os Bordéis da Rede Globo Com a Mão na Massa

“Fazer os pobres sonharem o
mesmo sonho que os ricos”

Jésus Martin-Barbero
Dos Meios às Mediações, p.243.



I. A Massificação como Elemento de Cultura?

Na opinião de Jésus Martin-Barbero, a massificação é anterior aos meios de comunicação de massa, sendo parte da sociedade, ela já operava a partir da escola, igreja, literatura de cordel, melodrama, organização massiva da produção industrial e do espaço urbano. Ao enfatizar o papel das mediações sociais, Martin-Barbero mostra como os estudos culturais são relevantes na análise dos meios de massa - cultura de elite ou popular, ambas se articulam ao mercado e aos conflitos de hegemonia (1). Ele pergunta se podemos separar, de um lado o movimento pela igualdade social e, do outro, política e processo de homogeneização e uniformização cultural.

“A democratização das sociedades contemporâneas só é possível a partir da maior circulação de bens e mensagens. Esta facilidade de acesso não garante que as massas compreendam melhor o que se passa, nem que vivam e pensem melhor” (2).

Barbero está preocupado em compreender as relações entre massa, povo, nação e meios de comunicação, na América Latina. Nosso interesse em suas idéias está em visualizar os movimentos da feminilidade neste universo. O que importa é perceber a articulação entre os meios de massa e a apropriação e reconhecimento das massas em relação a si mesmas a partir desses meios. O processo de implantação dos meios e constituição do massivo na América Latina poderia se dividido em duas etapas. Inicialmente entre 1930 e 1950, quando a partir dos aparatos tecnológicos de comunicação, a massa se faz povo e depois Nação. Melhor, essas idéias passam a ser vivenciáveis no cotidiano (3). Em seguida, a partir de 1960, os meios são desviados da função política em direção ao econômico. As aspirações e carências mais básicas do homem são transformadas em desejo consumista.

Barbero faz algumas considerações a respeito do papel do cinema mexicano no processo de massificação cultural daquele país. Considerações que são pertinentes em relação à televisão no Brasil. No exemplo mexicano, Barbero mostra o entrelaçamento entre épica nacional e drama íntimo. O cinema ensinou as pessoas a serem mexicanas (dispositivo de teatralização), também teve que falar dos seres menores para que o povo pudesse se ver (dispositivo de degradação), e introduziu novos costumes e moralidades (dispositivo de modernização). O nacional está no vagabundo, no bêbado, no fanático religioso, no sentimental e... na humilhação programada da mulher e no erotismo das prostitutas atravessando a mensagem monogâmica. No melodrama encontraríamos a estrutura de todos os temas, despolitizando as contradições cotidianas.

As estrelas – Maria Felix, Dolores Del Rio, Pedro Armendariz, Jorge Negrete, Ninón Sevilla – abastecem com faces, corpos, vozes e tons a fome das pessoas por se verem e ouvirem. Para além da maquiagem e da operação comercial, as verdadeiras estrelas do cinema obtêm sua força de um pacto secreto que enlaça esses rostos e vozes com seu público, com seus desejos e obsessões” (4).

Este cinema teria tido três fases. Na primeira, entre 1920 e 1930, um dos elementos que surge é o mito do banditismo, somando crueldade e generosidade. Quem sabe aqui não teríamos subsídios para uma futura análise do que podemos chamar de amor bandido, especificamente enfocando as mulheres dos homens que controlam os morros cariocas e o tráfico de drogas – ou qualquer outro tipo de contraventor. Na segunda fase, após os anos 30, o cinema mexicano teria feito do machismo expressão de um nacionalismo (comédia rancheira): pobre, porém macho, compensação para a inferioridade social. Vejo paralelo com a situação da mulher brasileira. Inclusive em relação ao machismo da própria mulher, já que é ela que educa o macho! Quantas mamães não se vangloriam do donjuanismo de seus filhotes machos adolescentes, ao mesmo tempo em que punem o “marido galinha”? (5) Na terceira fase, a partir dos anos 40, aparece o cinema que conta a vida de mulheres de cabaré e prostitutas, cujo erotismo e aventuras, desafiam a família tradicional.

II. O Bordel e o Ibope

Trazendo este exemplo do cinema mexicano para a televisão brasileira, poderemos captar mais profundamente o que significa e o que poderia significar a exposição deste tema para as mulheres. Não esqueço dos bordéis na Rede Globo... Chamarizes para aumentar a audiência, os bordéis são tidos como fundamentais em novelas rurais (como Porto dos Milagres, 2001). Segundo Agnaldo Silva, autor de algumas das novelas da Globo, o segredo é brincar com a malícia e a sensualidade. A atriz Gabriela Duarte, ou Justine, a dona do bordel de Esperança (2002), fala da liberdade e ousadia das mulheres mexendo com a fantasia das pessoas (6).

Em princípio, poderíamos dizer que o papel de Justine, digo Gabriela Duarte, segue aquele do livro de Alexandre Dumas Filho, A Dama das Camélias. Trata-se de uma prostituta que corresponde à paixão de um jovem cliente, mas acaba morrendo por conseqüência dos excessos de sua vida, sem conseguir realizar a saída sonhada pelo Romantismo: redenção através do amor verdadeiro. Como sempre acontece nesses casos, ou bem a mulher sobrevive, mas volta a ser prostituta (negando assim a pureza que aparentava), ou bem deixa de ser prostituta - contanto que morra. No mundo machista e judaico-cristão, a mulher perde sempre, mesmo que ganhe! Paulo Linhares, co-autor de Porto dos Milagres, diz que não existe preocupação em refletir a vida dura e triste das prostitutas. Porém, estranhamente considera que foi uma preocupação social que tiveram quando faziam Rosa Palmeirão, personagem de Luiza Tomé, falar sobre camisinha. Falar da vida delas não é preocupação social? Ele mesmo responde...

“O bordel é barra-pesada de pôr no ar, cabe mais em documentários. Em ‘Porto’, ouvíamos comentários de que a vida delas era feliz. Na vida real, as quengas enfrentam clientes violentos, que não pagam ou que têm doenças” (7).

Foi nesta novela que uma das personagens virou quenga por prazer! A hipocrisia continua nas palavras de Agnaldo Silva. Segundo ele, a beleza das mulheres e o clima alegre dos bordéis mostrados nas novelas não fariam parte do público infanto-juvenil acreditar que a prostituição é uma boa profissão. Então, Agnaldo dispara...

“O bordel acaba sendo meio conto de fadas, pois na verdade ele não é daquele jeito, mas deveria ser” (8).

Deveria ser? Como assim? De que diabos ele está falando? E Agnaldo continua...

“Acho que as pessoas gostam por causa dessa visão idealizada. Não me interessa fazer alguma coisa muito próxima da realidade” (9).

A realidade... O que importa a realidade afinal?

Zenilda, digo, a atriz Renata Sorrah, cafetina em A Indomada (1997), vai sugerir por outro lado que deve haver preocupação em fugir da caricatura. Mas aí ela... sugere... “A Zenilda dava casa, comida e proteção a moças que estavam morrendo de fome. Tem esse lado social”. Mas... quem disse que isso não é uma caricatura distorcida ? Matilde, digo, a atriz Yoná Magalhães, cafetina em Roque Santeiro (1985-86), sugere que as pessoas se identificam com cafetinas porque são mulheres muito verdadeiras e humanas... Estão sempre enfeitadas e suas preferências viram moda! O realismo deu o tom de Maria Machadão, digo a atriz Eloísa Mafalda, cafetina do Bataclã em Gabriela (1975). Por outro lado segundo Ricardo Linhares, a coisa só funciona se não for tratada com realismo, a intenção não é a realidade. “Na novela, as quengas são lindas e perfeitas; na vida real, são gordas e sem dentes” (10).

Mas aonde levaria tal desinteresse pela fidelidade aos fatos da vida real? Martin-Barbero mostra como, a partir de 1960, o massivo passa a designar não apenas a presença das massas nas cidades latino-americanas, mas principalmente os meios de homogeneização e controle dessas massas. “A massificação será detectável mesmo onde não houver massas” (11). A organização dos Estados Americanos (OEA) proclamará que “não existe desenvolvimento sem comunicação”. Antenas de televisão começam então a fazer parte do panorama arquitetônico das cidades, especialmente nas áreas pobres. A hegemonia da televisão e a disseminação do rádio, farão das inovações o motor do desenvolvimento.

A televisão unifica a demanda. É a constituição de um só público, cujas diferenças particulares são absorvidas. É o que fará, por exemplo, com que os bordéis na Rede Globo sejam absorvidos pelo público ao mesmo tempo em que este não parece perceber a diferença entre ficção e realidade – ou... simplesmente não se preocupam com a realidade... Assim, o maior grau de comunicabilidade passa a se confundir com o maior grau de rentabilidade econômica. Quer dizer, quanto mais homogeneização dos gostos, maior é o público que capta a mensagem passada. Quanto maior o público maior a rentabilidade do produto vendido.

“Quando, alguns anos mais tarde, também se generalizar a consulta permanente aos índices de audiência, isto apenas tornará explícito entre nós o que o modelo já continha: a tendência a constituir-se num discurso que, para falar ao máximo de pessoas, deve reduzir as diferenças ao mínimo, exigindo o mínimo de esforço decodificador e chocando minimamente os preconceitos sócio-culturais das maiorias” (12).

III. Conclusão

A conclusão de Barbero sugere que a ênfase nas semelhanças superficiais faz crer que todos nos parecemos. E que nossas diferenças, que até admitimos existir, não consideramos aquilo que nos define enquanto pessoas, povos ou massas. Convertemos o diferente de nós, que admitimos existir, em algo tão estranho e distante que com ele não sentimos qualquer relação. Ele não faz sentido para nosso mundo. Desta feita, a diversidade não mais nos causa espanto e questionamento. Concluímos então que só existe um único modelo de sociedade compatível com o progresso e com o futuro – o nosso modelo. A preocupação é com os lugares de onde provém aquilo que efetiva a materialidade social e a expressividade cultural da televisão. Barbero propõe três lugares de mediação: cotidianidade familiar, temporalidade social e competência cultural.

Diferentemente de como faz o cinema, a televisão trabalharia no mesmo registro da família – daí a televisão latino-americana ter a família como unidade básica de audiência. A família representa para as pessoas a situação primordial de reconhecimento. A cotidianidade familiar é o espaço de relações estreitas e proximidade, a televisão vai criar aí seus próprios dispositivos. São eles, a simulação do contato e a retórica do direto. Na simulação do contato, o importante é a criação de elementos que efetivem a manutenção de uma ligação entre as pessoas no ambiente disperso do cotidiano – em oposição ao ambiente de concentração da atenção que é a sala de cinema. São dois os elementos: um personagem e um interlocutor. O primeiro, fornece o tom coloquial. Faz-se interlocutor (mais do que transmissor de informações), para puxar a família para o papel de interlocução. Barbero mostra aqui como a predominância do verbal na TV latino-americana se justifica pela necessidade de subordinar a lógica visual à lógica do contato, sendo esta uma cultura fortemente oral (13).

Ao nos explicar a função da retórica do direto, Martin-Barbero faz mais uma distinção entre televisão e cinema. Este é dominado pela distância e pela mágica da imagem. Sua função comunicativa é poética, uma transfiguração arquetípica da realidade. Há um distanciamento do espectador, apesar dos rostos em primeiros planos. Já na televisão, o que dá forma é uma magia do ver que gira em torno de uma sensação do imediato, proximidade dos personagens, traço básico das relações cotidianas. As imagens são claras, tem simplicidade e economia narrativa.

No que diz respeito à temporalidade social, Barbero quer dizer que a televisão consegue inserir a cotidianidade no mercado ao apresentar-se no tempo do ritual e da rotina. Temos um tempo produtivo, valorizado pelo capital. Temos também um tempo repetitivo constituindo a cotidianidade. Nesta, o que temos não é um tempo organizado, temos fragmentos. É com estes fragmentos que a televisão trabalharia. Desta forma, os seriados têm ao mesmo tempo a forma do sistema produtivo (estandartização) assim como outras linguagens (gêneros como o conto popular, canção com refrão, narrativa aventuresca; onde existe aquela serialidade própria de uma estética em que o reconhecimento imediato é uma das fontes do prazer). “A série e os gêneros fazem agora a mediação entre o tempo do capital e o tempo da cotidianidade” (14).

Quanto à competência cultural, a questão levantada por Barbero é de que, dos vários postulados que procuram explicar a relação televisão/cultura, todos incorrem em erro. Anulam as diferenças culturais, não questionando a própria idéia de cultura com que trabalham. Trata-se de compreender a especificidade cultural do massivo. Citando as palavras de Fabri, na cultura de massa a estética segue a maior adequação aos gêneros. A dinâmica cultural da televisão atuaria por seus gêneros (as temáticas). É a partir daí que a televisão ativa a competência cultural. Os gêneros articulariam as séries, e constituiriam uma mediação entre as lógicas do sistema produtivo (o formato) e do sistema de consumo (os modos de ler, os usos) (15).

Embrutecidos pela programação, os telespectadores rendem-se ao que as redes de televisão chamam de entretenimento e lazer. Aos olhares atentos, salta aos olhos aquilo que elas consideram entretenimento. No país onde reflexão e consciência crítica são comportamentos de pessoas consideradas desajustadas, as portas estão abertas à destruição do sistema educacional e à barbárie. Não me sai da cabeça a frase de Joan Ferrés…

Uma escola que não ensina como assistir à televisão é uma escola que não educa” (16).

Notas

1. “Ao estudar a reformulação da aura artística na grande cidade e o processo de formação do popular nas novelas de folhetim, na imprensa e na televisão (...), este livro oferece uma das refutações teóricas mais consistentes às ilusões românticas, ao reducionismo de tantos marxistas e ao aristocratismo frankfurtiano”. MARTIN-BARBERO, Jésus. Dos meios às mediações. Comunicação, cultura e hegemonia. Tradução de Ronald Polito e Sérgio Alcides. RJ: Editora UFRJ, 2a ed.. 2001. Pp. 23 e 24.
2. Idem, p. 24.
3. “O cinema, em alguns países, e o rádio em quase todos, proporcionaram aos moradores das regiões e províncias mais diversas uma primeira vivência cotidiana da Nação.” Ibidem, p. 242. (os grifos são meus – n. do a.).
4. Ibidem, p. 245.
5. Agradeço ao amigo Ronaldo Ismério Moreira a lembrança desta hipótese da mulher como co-participe na produção e reprodução de mais um dos estereótipos que depois se volta contra elas.
6. DANNEMANN, Fernanda. O bordel nosso de cada dia. A fantasia dá o tom, e o realismo fica em segundo plano nas casas de prostituição das novelas, onde a vida é sempre fácil. Folha de São Paulo, suplemento TV Folha, 1/10/2002. Pp. 6-7.
7. Idem.
8. Ibidem.
9. Ibidem.
10. Ibidem.
11. MARTIN-BARBERO, Jésus, op. cit., p. 261.
12. Ibidem.
13. Ibidem, p. 306.
14. Ibidem, Pp. 307-308.
15. Ibidem, pp. 309-311.
16. FERRÉS, Joan. Televisão e Educação. Tradução Beatriz Affonso Neves. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996. P. 7.

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